Estudos históricos e sócioantropológicos têm demonstrado que as noções de saúde e doença são construídas socialmente. Além disso, vêm pontuando que a forma como as sociedades atribuem significados às enfermidades e como concebem a saúde, reflete, em grande parte, seus valores (Iriart, 2003). Na sociedade brasileira atual, entre as camadas médias, prevalece, por exemplo, a concepção segundo a qual ter saúde significa manter o corpo em forma de um ponto de vista estético. Em função desta relação entre corpo, estética e saúde são criadas “necessidades médicas” que incluem cirurgias plásticas, medicamentos, alimentos, cosméticos com o objetivo de construir um “corpo perfeito” (Madel Luz, 2000).